Criador da Lightning diz que a ameaça quântica ao Bitcoin é remota, mas não pode ser ignorada

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PortalDoBitcoin BR 1 hour ago 74

A ameaça que computadores quânticos representam para o Bitcoin ainda está longe de se materializar, mas não deve ser tratada como ficção científica. É assim que Tadge Dryja, um dos principais pesquisadores do ecossistema Bitcoin e co-criador da Lightning Network, a solução de segunda camada usada para pagamentos instantâneos na rede, enxerga o tema.

Em entrevista ao Portal do Bitcoin, ele afirmou acreditar que a ruptura pode demorar décadas, mas que uma probabilidade pequena ainda é perigosa demais para ser ignorada. “Eu provavelmente apostaria que não acontece na minha vida. Mas mesmo que exista só uma chance de 5%, isso já é ruim o suficiente para não deixarmos de nos preparar”, disse.

Ainda segundo ele, o Bitcoin tem mais margem de segurança que outras tecnologias, já que não sofre com o risco de “harvest now, decrypt later”, quando governos ou atacantes guardam dados hoje para quebrá-los no futuro. “Em Bitcoin, se você descobre a chave privada de alguém 30 anos depois, as moedas já se moveram. Então a urgência não é tão grande quanto em e-mails ou comunicações criptografadas”, afirmou.

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Dryja trabalha atualmente em pesquisas que investigam como redes como a Lightning poderiam operar de forma segura com esquemas de assinaturas resistentes à computação quântica. Ele avalia que é tecnicamente possível fazer a transição, mas com limitações importantes.

“Dá para fazer uma Lightning pós-quântica. É mais lenta, mais chato, e talvez algumas coisas deixem de funcionar. Mas é possível”, resumiu.

Uma das perdas potenciais envolve recursos avançados em desenvolvimento, como PTLCs — versões aprimoradas dos contratos usados para encaminhar pagamentos na Lightning. “Se for necessário migrar para assinaturas pós-quânticas, talvez não dê para ter PTLCs. Isso é decepcionante, porque são tecnologias legais que estamos desenvolvendo”, afirmou.

Dryja também destaca um desafio estrutural: ao contrário das transações on-chain, canais Lightning exigem milhares de assinaturas repetidas com a mesma chave ao longo da vida de um canal. Muitos algoritmos pós-quânticos não funcionam bem nesse modelo. “Estamos trabalhando com pesquisadores de assinaturas para ver o que conseguimos adaptar. Lightning usa chaves de um jeito completamente diferente do Bitcoin tradicional”, explicou.

Outras vulnerabilidades e o futuro da Lightning Network

Além da ameaça quântica, Dryja abordou problemas mais imediatos da Lightning Network, um sistema criado em 2015 por ele e Joseph Poon para permitir pagamentos instantâneos e baratos no Bitcoin.

Segundo ele, a rede é essencialmente segura no que diz respeito ao roubo de fundos, mas ainda é vulnerável a ataques de negação de serviço e outros comportamentos maliciosos que não envolvem perda direta de dinheiro. “A contraparte não consegue roubar seus fundos, mas pode desperdiçar seu tempo. Muitos ataques de Lightning são assim: eles fecham seu canal, te fazem gastar taxas. E isso é algo que ainda não sabemos resolver completamente”, afirmou.

Dryja também mencionou um cenário curioso: o fato de que poucos atacantes realmente tentam explorar essas fragilidades acaba deixando a rede menos preparada. “Um dos problemas da Lightning é que todo mundo meio que é amigo. Ninguém está tentando atacar muito, e isso torna difícil prever como o sistema aguenta ataques reais”, disse.

Sobre os desafios de roteamento, ele aponta o dilema entre privacidade e eficiência como um dos pontos centrais da evolução da rede. O fato de os nós não saberem os saldos dos canais torna o roteamento mais privado, porém muito mais difícil. “Se soubéssemos um pouco mais sobre os saldos, a rede funcionaria melhor. Mas muitos defendem a privacidade total. É um trade-off complicado”, explicou.

Ele também falou sobre tecnologias que podem transformar o Bitcoin nos próximos anos, como Utreexo, projeto do qual é o principal pesquisador, e inovações como BitVM3, Ark e novos métodos de transporte criptografado entre nós. “A rede está ficando mais resistente e mais eficiente, muitas vezes em coisas que o usuário nem percebe. Acho que teremos muita novidade nos próximos dez anos”, afirmou.

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