O mercado de criptomoedas inicia novembro em clima de expectativa após um dos meses mais turbulentos do ano. Em outubro, o Bitcoin chegou a ultrapassar US$ 126 mil, mas viu sua alta ser interrompida por um “flash crash” histórico, que liquidou cerca de US$ 19 bilhões em contratos futuros em apenas 24 horas e derrubou o preço para menos de US$ 110 mil.
A combinação de tensões comerciais entre EUA e China, o anúncio de tarifas adicionais por Donald Trump e a incerteza sobre a política monetária americana provocaram um movimento de realização em massa e medo entre investidores. Apesar disso, o cenário começa a mudar: o Federal Reserve cortou juros em 25 pontos-base e encerrou o programa de quantitative tightening, o que abre espaço para uma retomada dos ativos de risco — entre eles, o Bitcoin e as altcoins.
“O mês de outubro foi marcado por alta volatilidade, mas também por avanços importantes que sustentam um prognóstico positivo para novembro”, afirma Paulo Camargo, embaixador da OKX e cofundador da Underblock.
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Depois de um outubro caótico, novembro chega com um equilíbrio renovado entre liquidez, narrativa e oportunidade. Com o acordo comercial entre EUA e China, o fim do aperto monetário nos EUA e o crescimento dos ETFs de altcoins, analistas acreditam que o mercado está pronto para uma nova onda de valorização.
Como destaca André Franco, da Boost Research: “Se os próximos gatilhos macro e geopolíticos se confirmarem, novembro pode marcar o início da virada — liderada pelo Bitcoin, mas acompanhada por protocolos com tração e narrativa sólida”.
Bitcoin e Ethereum
O Bitcoin deve ser novamente o protagonista do mês. Analistas apontam que o movimento de liquidação de outubro pode ter representado o “flush final” do ciclo de correção, criando uma base sólida para recuperação.
“O BTC ($109,994.00) tende a concentrar fluxos em momentos de incerteza e a se beneficiar da melhora na liquidez global”, explica André Sprone, da MEXC, destacando que a entrada de capital institucional via ETFs reforça a demanda.
Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin (MB), também vê um ambiente favorável: “Com a redução das tarifas sobre a China e a expectativa de novos cortes de juros, o cenário macro tende a beneficiar os criptoativos”, disse.
O Ethereum (ETH ($3,881.15)), por sua vez, segue como a principal alternativa ao Bitcoin, impulsionado por seu papel central em DeFi, tokenização e stablecoins. A rede mantém suporte técnico importante e pode reverter a tendência de baixa se romper a faixa dos US$ 4,3 mil, segundo análise da equipe da Coinext, liderada por Taiamã Demaman.
“O ETH continua atraindo atenção institucional, com dados on-chain mostrando queda no saldo em corretoras — um sinal de acúmulo”, observa Marcelo Person, da Foxbit. A tese é reforçada pela expectativa de novos fluxos via ETFs de ether nos EUA e pela retomada de atividades em protocolos de staking e camadas secundárias (layer 2).
Solana (SOL ($185.42)) — o ativo que pode surpreender com o novo ETF
Após um outubro desafiador, a Solana começa novembro sob os holofotes. O lançamento de seu primeiro ETF à vista nos Estados Unidos e o crescimento de seu ecossistema de games e redes sociais descentralizadas reacenderam o otimismo.
“Com o ETF e novas estratégias de acumulação para tesourarias corporativas, a Solana pode ter um desempenho muito positivo neste mês”, afirma Szuster.
Camargo complementa que a Solana “se consolidou como um dos possíveis destaques para novembro”. Além do ETF, avanços técnicos como o cliente validador Firedancer e melhorias de performance aumentam a confiança dos investidores.
Hyperliquid (HYPE ($42.58)) — o destaque entre os derivativos descentralizados
Mesmo durante a liquidação de outubro, a Hyperliquid manteve sua operação estável e continua dominando o mercado de futuros descentralizados. O token HYPE captura parte da receita da plataforma, o que o torna sensível à alta volatilidade — cenário esperado para novembro.
Segundo Franco, “a Hyperliquid ainda detém o maior market share do setor, com baixa latência e alto volume. Seu modelo sustentável de revenue sharing deve impulsionar o token neste novo ciclo de alta”.
O ativo também aparece entre as recomendações do MB, que vê o projeto se fortalecendo com planos de expansão e desenvolvimento de uma stablecoin própria. “Com uma tese clara, incentivos bem estruturados e planos de expansão consistentes, HYPE se posiciona como uma das melhores opções de investimento para o mês de novembro, oferecendo potencial de valorização relevante no segmento de derivativos descentralizados”, diz Szuster.
Jupiter (JUP ($0.41)) — liquidez e sinergia com a Solana
A Jupiter, agregador de liquidez da rede Solana, ganha destaque com o aumento do uso de DEXs e a retomada do mercado cripto. A plataforma movimenta mais de US$ 1 bilhão por dia, segundo o MB, e pode ser uma das beneficiadas pelo efeito positivo do ETF da Solana.
Com maior atividade em staking e novas integrações institucionais no radar, o token JUP pode capturar o crescimento da demanda por liquidez descentralizada.
Chainlink (LINK ($17.14)) — a ponte entre blockchains e o mercado tradicional
A Chainlink segue consolidando seu papel como infraestrutura essencial de interoperabilidade entre redes e instituições financeiras. A SWIFT já testou transferências tokenizadas com a tecnologia da empresa, reforçando seu papel nos avanços de ativos do mundo real (RWAs).
“Se tokenização e RWAs seguirem no radar, o papel da LINK tende a permanecer central”, explicou André Sprone, da MEXC.
Outros destaques: oportunidades além das líderes
Além de Bitcoin, Ethereum e os outros ativos já citados, mais algumas criptomoedas também entram no radar dos analistas para novembro, representando narrativas complementares de crescimento dentro do ecossistema cripto.
Aster (ASTER ($0.96)) surge como uma das apostas mais promissoras no setor de exchanges descentralizadas. A equipe de research da Coinext destaca que a plataforma multichain vem se consolidando rapidamente como uma DEX de derivativos de alta performance, oferecendo integração entre redes como Ethereum, BNB ($1,089.37) Chain e Solana. O forte crescimento em volume e o interesse institucional reforçam o potencial de valorização do token.
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XRP ($2.51) (XRP) reaparece com força após a resolução de suas questões regulatórias nos Estados Unidos. Segundo Marcelo Person, da Foxbit, o token voltou a atrair investidores institucionais, com ETFs já operando nos EUA e no Canadá, e a Ripple avançando em soluções de pagamentos internacionais. “O XRP combina maturidade tecnológica e expansão global em um momento de maior apetite institucional”, avalia o executivo.
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PancakeSwap (CAKE ($2.51)) continua sendo a principal DEX da BNB Chain, com destaque para o lançamento da CakePad, ferramenta que permite acesso antecipado a novos tokens e reforça o modelo deflacionário do protocolo. Segundo a Coinext, a plataforma está bem posicionada para fornecer liquidez a ativos tokenizados e servir de ponte entre o mercado tradicional e o DeFi, o que pode impulsionar o token CAKE ao longo de novembro.
Uniswap (UNI ($5.84)) mantém seu status de referência no setor de finanças descentralizadas. A Coinext lembra que a DEX vem evoluindo tecnicamente, com a versão V4 introduzindo liquidez concentrada e módulos customizáveis. A recente integração da rede Solana em seu aplicativo amplia o alcance do protocolo e pode gerar novos fluxos de negociação, tornando o UNI um ativo relevante em meio à retomada do mercado.
dYdX (DYDX) segue como destaque entre as plataformas de derivativos on-chain. A Coinext ressalta o novo modelo de real yield, que distribui parte da receita em USDC ($1.00) para stakers e reduz a oferta circulante. A DEX também vem expandindo sua base de usuários com a integração de operações via Telegram, o que reforça sua ambição de alcançar milhões de novos investidores do ecossistema Web3.
Ondo (ONDO ($0.70)) representa uma das narrativas mais fortes do ano: a tokenização de ativos do mundo real (RWAs). Para André Sprone, da MEXC, o projeto se destaca por integrar produtos a fundos tokenizados como o BUIDL ($1.00) da BlackRock, o que acelera a liquidação e amplia as possibilidades de uso no mercado de derivativos. “A tese de RWAs deve ganhar escala e consolidar a Ondo como um dos protagonistas desse segmento”, afirma.
Ethena (ENA ($0.38)) continua chamando atenção por oferecer rendimento neutro e exposição ao seu dólar sintético, o USDe. André Franco, da Boost Research, explica que o protocolo se beneficia do aumento da demanda por ativos que geram yield sem exposição direta ao risco direcional do mercado. “Em um ambiente ainda incerto, o modelo de rendimento não-direcional da Ethena tende a brilhar”, destaca.
Avalanche (AVAX ($18.72)) fecha a lista de apostas complementares com foco em tokenização e aplicações financeiras. Segundo Marcelo Person, da Foxbit, o ativo tem mostrado sinais de recuperação e acúmulo por grandes carteiras, beneficiando-se de sua compatibilidade com a Ethereum Virtual Machine (EVM) e de taxas mais baixas. “A Avalanche está no radar de instituições que buscam escalabilidade e performance para aplicações financeiras”, observa.
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