Durante sua breve passagem pelo Brasil nesta quinta-feira (6), o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, comentou o fim do Drex, o projeto de real digital do Banco Central do Brasil, anunciado no início da semana.
A conversa, voltada aos desenvolvedores brasileiros que participam de um hackathon promovido pelo evento ETH ($3,320.58) Latam, foi focada em privacidade e abriu espaço para perguntas no final. Ao ser questionado sobre o que achava sobre a recente suspensão do Drex, Vitalik afirmou que a discussão precisa ser feita “com atenção aos detalhes” e que é fundamental separar limitações estruturais de problemas de maturidade tecnológica.
“Precisamos olhar para os detalhes. A questão é: o Banco Central está insatisfeito com as soluções existentes por causa de propriedades fundamentais dessas tecnologias? Ou apenas porque elas ainda não estavam maduras?”, questionou.
Segundo ele, o ecossistema evoluiu de forma significativa nos últimos anos. “A capacidade de fazer pagamentos privados era algo que, há dois anos, ainda não estava realmente pronta. Mas eu diria que hoje já está”, afirmou.
Antes de anunciar o fim do Drex nesta semana, o Banco Central já vinha se afastando do uso da tecnologia blockchain como base do sistema, em parte por considerar que ela ainda não oferecia privacidade adequada para as transações.
Nos testes, o Banco Central utilizou a Hyperledger Besu, uma blockchain compatível com o protocolo do Ethereum, mas configurada para operar em redes privadas, o que permite testar aplicações em blockchain com controle de acesso e governança.
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Vitalik, no entanto, destacou que muitas das limitações de privacidade em redes públicas já foram superadas e que o debate agora deve se concentrar em entender o que, de fato, se espera dessas aplicações.
“Tudo depende das propriedades específicas que se buscam, dos tipos de aplicações que se quer construir e de quais aspectos as plataformas atuais são consideradas insuficientes”, explicou.
Buterin mencionou o projeto Aztec, que, segundo ele, é um exemplo claro de amadurecimento tecnológico na área. “Há dois anos, o Aztec era uma tecnologia bastante imatura. Agora, já tem um sistema de preservação de privacidade muito mais desenvolvido, com contratos inteligentes que funcionam de forma prática”, afirmou.
Para o criador do Ethereum, o avanço rápido das soluções de zero-knowledge proofs (ZKPs) — que permitem comprovar informações sem revelar os dados em si — mostra que a privacidade em blockchain deixou de ser um problema técnico. O desafio agora, diz ele, é de implementação e confiança.
“Hoje temos ZK ($0.07). Você consegue gerar provas em menos de um segundo no laptop e em poucos segundos no celular. Não precisa ser criptógrafo para usar uma biblioteca. É possível ter as duas coisas, privacidade e descentralização”, disse Vitalik durante sua apresentação.
“A tecnologia está pronta. Agora é implementar”, concluiu.
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