O Bitcoin segue em derrocada nesta terça-feira (4), perdendo o patamar de US$ 104 mil e se aproximando cada vez mais de voltar para US$ 100 mil. Com isso, ele puxa outras criptomoedas, que registram quedas mais fortes, que superam 8%.

Nesta manhã, o Bitcoin recua 3,5%, cotado a US$ 103.716. Em reais, a maior criptomoeda do mundo é negociada a R$ 557.820, segundo dados do Portal do Bitcoin. O BTC ($104,470.00) não atinge esses preços desde o final de junho.

Entre as altcoins, o Ethereum recua 6%, cotado a US$ 3.491, enquanto BNB ($962.12) cai 6,5%, ao passo que a Solana tem queda de 8,5%. Já a Dogecoin tem queda de pouco mais de 4%, ao passo que a XRP ($2.32) recua 5,5%.

A queda repentina decorre de uma combinação de uma crise crescente no setor DeFi e temores macroeconômicos persistentes que desencadearam um movimento generalizado de aversão ao risco, disseram analistas.

O Bitcoin agora acumula uma queda de 17,5% em relação à sua máxima histórica atingida no início de outubro. A liquidação se espalhou por outras criptomoedas importantes, com Ethereum, XRP, BNB e Solana.

As liquidações de criptomoedas nas últimas 24 horas dispararam para US$ 1,37 bilhão nesta manhã, de acordo com dados da CoinGlass.

O sentimento do mercado azedou visivelmente, com o prêmio anualizado dos contratos futuros nas principais exchanges caindo de cerca de 7% para menos de 4% na última semana, segundo dados da Velo, indicando que os investidores estão menos dispostos a pagar um prêmio por apostas otimistas.

Os usuários refletiram o sentimento pessimista, com o índice de Ganância caindo de 59% em 1º de novembro para 51,9%.

“Medo de contágio” no DeFi

O catalisador imediato é uma crise de confiança proveniente do setor de finanças descentralizadas (DeFi), disse Derek Lim, chefe de pesquisa da empresa de criação de mercado Caladan. O protocolo DeFi Stream Finance divulgou perdas de US$ 93 milhões em ativos na manhã de segunda-feira, observou ele, enquanto “o total de dívidas incobráveis ​​nos mercados de empréstimos é estimado em US$ 284 milhões”.

Lim explicou que a situação desencadeou “medos de contágio se espalhando pelo DeFi”, com várias stablecoins e cofres enfrentando exposição e resgates forçados.

O analista apontou uma série de problemas anteriores que minaram a confiança, incluindo o recente ataque hacker à Balancer, que resultou em um prejuízo de US$ 128 milhões, e o impacto persistente do evento histórico de liquidação de outubro.

“A confiança já estava abalada antes do colapso da Stream”, disse Lim, acrescentando que “qualquer catalisador vai amplificar a aversão ao risco” em um sistema que ainda contém altos níveis de alavancagem.

“A atual queda do mercado de criptomoedas reflete uma aversão ao risco generalizada, com os traders desfazendo posições alavancadas em meio à incerteza macroeconômica”, disse Ryan Lee, analista-chefe da Bitget.

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Lim destacou os dados fracos sobre o mercado de trabalho dos EUA, uma postura aparentemente mais agressiva do Federal Reserve e a renovada incerteza em torno da paralisação do governo americano, amplificando os problemas internos do mercado de criptomoedas mencionados anteriormente. “Os ativos de risco estão sendo vendidos em massa nos mercados tradicionais e de criptomoedas”, disse ele, com a volatilidade do mercado de títulos desestabilizando ainda mais os investidores.

Apesar da dificuldade a curto prazo, Lee, da Bitget, vê um possível lado positivo, sugerindo que “esse tipo de liquidação geralmente redefine as avaliações, abrindo caminho para uma acumulação mais forte e sustentável assim que a liquidez e o sentimento do mercado se estabilizarem”.

A confluência desses fatores sugere que mais volatilidade é provável.

O caminho para a estabilização, de acordo com a avaliação dos analistas, parece depender da contenção do contágio no setor DeFi e da obtenção de maior clareza no cenário macroeconômico.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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