Uma conta no X que pertencia a Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas falida FTX, publicou um link para um documento na noite de quinta-feira, argumentando que a empresa nunca esteve insolvente, repetindo argumentos levantados em seu julgamento anos atrás.

O documento de 14 páginas, supostamente escrito pelo ex-gênio das finanças e sua equipe, afirma que a corretora não faliu devido a um esquema generalizado de fraude e apropriação indébita de US$ 10 bilhões em fundos de clientes, como concluiu o júri de Manhattan em 2023.

Em vez disso, a FTX enfrentou uma “crise de liquidez” que “estava a caminho de ser resolvida até o final do mês”, supostamente interrompida pelos “advogados externos da FTX”, que assumiram o controle. O documento continua afirmando que “a FTX nunca esteve falida, mesmo quando seus advogados a colocaram em processo de falência”.

A narrativa ecoa elementos de uma entrevista que Bankman-Fried concedeu na prisão em março, na qual disse ao comentarista político conservador Tucker Carlson que “havia dinheiro suficiente” para pagar todos os credores no momento em que a corretora entrou em colapso.

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Quando a FTX estava à beira da falência em 2022, a empresa supostamente possuía US$ 25 bilhões em ativos, juntamente com US$ 16 bilhões em “valor patrimonial da FTX”, contra US$ 13 bilhões em passivos, afirma o documento.

O documento argumenta que, se os advogados não tivessem vendido os ativos nos quais a empresa havia investido, a FTX e a empresa irmã Alameda Trading teriam participações avaliadas em cerca de US$ 136 bilhões.

Isso incluiria uma participação de US$ 14,3 bilhões na startup de inteligência artificial Anthropic e um investimento de US$ 7,6 bilhões na corretora de varejo Robinhood, entre outros 12 ativos.

Isso inclui a fintech Ripple, ligada ao XRP ($2.51), e a empresa de mineração de Bitcoin Genesis Digital Assets. O FTX Recovery Trust entrou com uma ação judicial contra a Genesis Digital Assets no mês passado, buscando recuperar US$ 1,15 bilhão que alega ter sido desviado por Bankman-Fried.

Se a FTX e a Alameda ainda existissem, o token FTT da corretora valeria quase US$ 22 bilhões, afirma o documento. Os promotores disseram no julgamento criminal de Bankman-Fried que o FTT, entre outros ativos, foi usado para sustentar a Alameda.

Duas semanas atrás, a ativista conservadora Laura Loomer afirmou no X que existe um esforço “enorme e bem financiado” para persuadir o presidente dos EUA, Donald Trump, a perdoar Bankman-Fried.

O fundador da Binance, Changpeng Zhao, um ex-rival de Bankman-Fried que contribuiu para o colapso da FTT, foi posteriormente perdoado por Trump após violar as leis americanas de combate à lavagem de dinheiro na maior corretora de criptomoedas do mundo.

Antes de sentenciar Bankman-Fried a 25 anos de prisão em 2024, o juiz distrital dos EUA, Lewis Kaplan, disse: “Um ladrão que leva seu butim para Las Vegas e aposta o dinheiro roubado com sucesso não tem direito a uma redução em sua sentença.”

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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