O ouro voltou a brilhar no mercado global. Em 2025, o metal precioso registra uma sequência impressionante de máximas históricas, impulsionado por uma combinação de fatores que vão desde a incerteza econômica mundial até as expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos.

O resultado é que o ouro, tradicionalmente visto como porto seguro em tempos de turbulência, alcançou níveis de preço inéditos, reacendendo o interesse de investidores. Mas enquanto muitas pessoas pensam que para investir em ouro só existe a versão física ou mercado tradicional com contratos futuros e fundos (que muitas vezes têm taxas altas), o universo das criptomoedas também oferece exposição ao metal.

Nas últimas semanas, o preço do ouro ultrapassou os US$ 4.100 por onça troy, e nesta terça-feira (14) chegou a US$ 4.150. A alta acumulada em 2025 já passa de 55%, e o metal chegou a quebrar mais de duas dezenas de recordes diferentes ao longo do ano, conforme relatório do World Gold Council. A valorização reflete um contexto em que o dólar americano perdeu força, as tensões geopolíticas se intensificaram e o apetite dos bancos centrais por ouro aumentou.

Incertezas ligadas à desaceleração global e a uma nova rodada de disputas comerciais entre EUA e China têm impulsionado a demanda por ativos considerados de proteção. O Bank of America estima que o ouro pode chegar a US$ 5.000 por onça até 2026.

Criptomoedas de ouro

Mas, para quem deseja se expor a esse movimento de alta, as opções vão além das tradicionais barras, moedas e fundos de investimento. As criptomoedas lastreadas em ouro, conhecidas como gold-backed tokens, representam uma fração de ouro físico armazenado por instituições emissoras e permitem negociar o metal de forma totalmente digital, 24 horas por dia, sem a necessidade de custódia física.

Segundo levantamento do CoinMarketCap, o valor total de mercado desses tokens ultrapassou US$ 3 bilhões recentemente, acompanhando o rali do ouro físico. Projetos como o PAX Gold (PAXG ($4,110.03)) e o Tether Gold (XAUT ($4,120.04)) lideram esse segmento, respondendo por grande parte da liquidez diária, que já se aproxima de US$ 640 milhões.

Essas criptos são stablecoins, tokens que possuem paridade com algum outro ativo. O mais comum é ouvir falar de USDT ($1.00) ou USDC ($1.00), que são stablecoins de dólar, mas no caso acima são tokens atrelados ao ouro. Ou seja, via de regra, cada unidade de PAXG e XAUT vale o mesmo que o ouro e possui uma reserva para garantir essa paridade.

A principal vantagem dessas criptomoedas é a eficiência. Elas oferecem exposição direta ao ouro com custos mais baixos, sem a necessidade de pagar taxas de administração ou armazenagem, comuns em fundos, por exemplo. Além disso, podem ser negociadas a qualquer momento em plataformas globais e integradas a ecossistemas de finanças descentralizadas (DeFi), onde funcionam como garantia para empréstimos, colateral em protocolos ou instrumentos de poupança com rendimento.

Outro diferencial é a transparência. Emissoras de tokens lastreados em ouro geralmente publicam auditorias independentes que comprovam a existência das reservas correspondentes em cofres físicos. Isso dá mais segurança e confiança aos investidores que, em vez de depender de um banco ou fundo, podem verificar diretamente a proporção entre o número de tokens em circulação e o volume de ouro efetivamente armazenado.

Por outro lado, esse tipo de investimento não está livre de riscos. Como se trata de um ativo digital, há sempre a possibilidade de falhas operacionais, ataques cibernéticos ou problemas de custódia. Além disso, o investidor precisa confiar na integridade da empresa emissora e na veracidade das auditorias. Também existem desafios regulatórios, já que a supervisão sobre criptoativos varia de país para país e nem sempre oferece a mesma proteção jurídica que o mercado tradicional.

Ainda assim, para quem busca diversificar a carteira e aproveitar o bom momento do ouro, os tokens lastreados em metal precioso surgem como uma alternativa atraente. Eles unem a solidez do ouro físico com a agilidade e a liquidez das criptomoedas.

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