Nick Szabo, lendário cypherpunk e considerado um dos “pais” do Bitcoin, voltou a chamar atenção para os riscos legais e morais associados ao uso de dados arbitrários na blockchain. Em uma publicação feita na quarta-feira (22) em sua conta no X, o criptógrafo alertou que blockchains que permitem inserir qualquer tipo de conteúdo — além de transações financeiras — tornam-se significativamente mais arriscadas de operar.
“Conteúdo arbitrário em blockchains as torna muito mais arriscadas, legal e moralmente, de operar, do que blockchains confinadas a transações financeiras”, escreveu Szabo.
Segundo ele, operar um nó em uma rede que não permite excluir seletivamente conteúdos inaceitáveis sem comprometer o funcionamento geral do sistema é “muito mais arriscado” do que administrar serviços de dados convencionais, nos quais há controle sobre o que é armazenado e exibido.
Szabo destacou ainda que os tipos de dados que podem ser inseridos em blockchains variam amplamente — e cada categoria apresenta desafios legais distintos. Ele citou exemplos como material ilegal (como CSAM), conteúdos obscenos, informações protegidas por direitos autorais, segredos comerciais e até dados classificados por governos.
“Essas categorias são tratadas de formas extremamente diferentes pela moralidade e pela lei, e cada uma das centenas de jurisdições onde uma blockchain opera tem suas próprias variações”, observou.
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O pioneiro do Bitcoin também alertou que a reação de um governo a determinado tipo de conteúdo não serve como base para prever a resposta a outros casos — nem mesmo dentro do mesmo país.
Por fim, Szabo afirmou que blockchains que desincentivam o armazenamento de conteúdo arbitrário — por meio de mecanismos como taxas crescentes, limites de bytes e regras de formatação — são “muito menos arriscadas de operar” do que aquelas que permitem ou incentivam esse tipo de prática.
As observações de Szabo reacendem um debate antigo na comunidade Bitcoin sobre o uso da blockchain para fins não financeiros, especialmente em meio ao aumento de protocolos, como o OP_RETURN, por exemplo, que exploram a inserção de dados, imagens e tokens diretamente nos blocos da rede.
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Retorno de um dos pais do Bitcoin
Considerado uma das figuras mais influentes da história do setor, Szabo ressurgiu no X em setembro após anos fora das redes e rapidamente reacendeu debates fundamentais sobre o rumo da principal criptomoeda do mundo. Seu retorno coincidiu com a polêmica em torno da atualização do Bitcoin Core para a versão 30.
Em publicações recentes, Szabo criticou o aumento da capacidade do OP_RETURN, que permitiria armazenar mais dados na blockchain. Segundo ele, a medida eleva riscos jurídicos e morais para operadores de nós, que podem hospedar conteúdos ilícitos sem controle, diferentemente dos mineradores, que filtram transações por taxas.
O veterano também reafirmou seu ceticismo em relação às “shitcoins”, tokens sem propósito real que desviam a atenção da função principal do Bitcoin.
Com isso, Szabo reforçou a importância de manter a rede focada na função monetária e na segurança do protocolo, retomando seu papel de guardião ideológico do Bitcoin e promovendo prudência entre desenvolvedores e entusiastas.
No ano passado, o criptógrafo também foi apontado como Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do Bitcoin, em um documentário da HBO.
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