Um aumento na pressão de compra do Bitcoin levou a criptomoeda a superar os US$ 90 mil pela primeira vez em quase uma semana, atingindo um topo de US$ 91,8 mil nesta quinta-feira (27).

O avanço, porém, não foi impulsionado por um catalisador específico de cripto, mas sim por uma melhora no sentimento de risco, de acordo com um relatório desta quinta-feira da empresa de trading QCP Capital, sediada em Singapura.

Analistas da QCP observam que o Bitcoin provavelmente continuará preso em uma faixa, destacando que fluxos de distribuição ligados aos ETFs podem impedir altas acima de US$ 95 mil. Por outro lado, a zona entre US$ 80 mil e US$ 82 mil permanece como uma área-chave de suporte após a recente liquidação.

De qualquer forma, o movimento iniciado após a mínima intradiária de US$ 86.400 se sustentou sem grandes correções. O Bitcoin subiu 4,5% nas últimas 24 horas e atualmente está sendo negociado próximo de US$ 90.922, segundo dados do CoinGecko.

A reversão de alta do Bitcoin, após semanas de queda consistente, pegou vendedores de surpresa, gerando nas últimas 24 horas, US$ 241 milhões em liquidações de posições vendidas, ou seja, que apostavam na queda do ativo, de acordo com o Coinglass — mais que o triplo do volume de liquidações de posições compradas.

O índice S&P 500 confirmou sua quarta vela diária consecutiva de alta na quarta-feira, em linha com o movimento do Bitcoin ao reconquistar o patamar de US$ 90 mil.

O avanço ocorre enquanto os mercados reprecificam a probabilidade de um corte de juros em dezembro pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA. Agora há uma chance de 85% de que o Fed reduza as taxas em um quarto de ponto no próximo mês, segundo a ferramenta CME FedWatch.

Riscos a serem observados

Apesar de a comunicação recente do Fed ter se inclinado levemente para o afrouxamento — com quatro dirigentes sinalizando apoio a cortes — dois permanecem neutros e seis ainda são contrários, segundo o relatório da QCP.

O Bitcoin, e por extensão todo o mercado cripto, tornou-se um espelho do apetite por risco dos mercados tradicionais, com fatores macroeconômicos desempenhando um papel crucial na formação do sentimento.

Outros riscos que podem reacender um cenário baixista e provocar uma onda de vendas incluem uma possível retirada da Strategy do índice S&P 500.

Nos mercados de opções, foram observados fluxos institucionais de US$ 2 bilhões nesta semana, com operações do tipo long call condor sugerindo que o Bitcoin deve permanecer dentro de uma faixa limitada.

A estratégia long call condor é uma operação de risco definido e lucro limitado, construída pela compra de quatro opções de compra (calls) com o mesmo vencimento, porém com diferentes preços de exercício.

O lucro máximo do investidor é realizado se o preço do ativo permanecer entre os dois preços de exercício intermediários no vencimento, sendo que as perdas máximas ocorrem caso o preço se mova para fora desse intervalo.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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